quinta-feira, 9 de junho de 2011

Doce de Flores

A glória desta última casa será maior do que a da primeira. (Ageu 2:9)

Tantos anos com a loja. Evil Merodaque, era “O Cara” em seu ramo. Conhecido na praia, de Botafogo, pela tradição, eficiência e seriedade que envolvia seu bem sucedido negócio. Fazia questão de ser o primeiro a chegar e abrir a empresa, desde sua fundação. Durante décadas, muitas firmas quebraram, mas a sua, permanecia de pé!

Com a abertura de quiosques a cada duas quadras, para ofertar os mesmos produtos, seu Merodaque, chegou à conclusão de que se orgulhar de ter um dos primeiros CNPJ, da Região Administrativa, acabaria por fazer grande mal ao seu bolso, optando por mudança de atividade. Afinal quem só tem 70 anos, ainda é uma criança, comparado com Matusalém.

Ultimamente seus negócios estavam tão calmos, que, aconselhado por sua esposa Lia, desenvolveu um novo hábito no trabalho: passou a comprar um livro toda a semana e ler durante o expediente. Jamais poderia fazer isso se tivesse um chefe. Essa gente tem como expertise, a arte cênica e quando a loja fica vazia, exige que seus atendentes arrumem pela enésima vez, aquilo que já estava no seu devido lugar. É claro que no fundo, os gestores têm razão de simular ocupação, aos olhos do cliente. Uma loja com os empregados se mexendo leva o comprador a inferir que a empresa esteja em plena atividade produtiva.

-- Ilana, bom dia! Você é a minha melhor cliente. – disse seu Merodaque.

-- Hoje, vou comprar dúzias de rosas. Vamos colocar nos três andares da empresa. Chegou um tal de Van Levaa Rosen (lembra “vão levar as rosas”), um diretor da Holanda, que é alucinado por essa flor.

-- O senhor acabou de ler esse livro. Gostou? – perguntou a moça, acompanhando a direção dos olhos do velho, para a última linha da página final.

-- Em termos. Embora eu goste de jasmim e minha mulher de rosa, a gente tem misturado os perfumes e se amado por meio século. O livro é mais indicado para pessoas descoladas. -- E seu Merodaque fez esse resumo:

No livro “Recomeços”, a autora Danielle Steel, refere-se a dois estudantes. A mulher, era avessa a idéia de casar, ter filhos e morar no interior. Irrefletidamente se uniram. Passados 10 anos, a esposa confirmou não poder levar aquele tipo de vida, deixando marido e filhos. A bela flor foi embora, e com ela seu perfume.

Divorciado, o rapaz conheceu uma moça famosa do teatro. A jovem entendia que a felicidade era muito melhor do que o sucesso. Queria muito ter um marido, gerar e criar filhos. Os filhos gostaram muito da doce madrasta e a casa foi visitada por uma, antes desconhecida fragrância de paz.

-- Seu Merodaque. Eu sou sua amiga. Nas redondezas, existem quiosques que vendem flores. Nossa firma recebe publicidade impressa, ligações telefônicas e e-mails de várias empresas oferecendo flores. Todas as flores da empresa, por determinação minha, são compradas na sua loja. Como especialista em marketing, sou categórica em afirmar que por maior que sejam os investimentos nessa área, o retorno será difícil. A concorrência cresceu como praga, sem que nenhuma atitude fosse tomada para frustrar seu objetivo. Sua solução agora está na história do livro da Danielle Steel.

A marketeira explicou com paciência, ao ancião de dias, que o livro Recomeços, poderia ter outra plataforma de visualização, levando a pessoa a trocar o ramo de atividade.

Ficha caída e tradição esmigalhada, deletaram a atividade do antigo comércio florista. Seu lugar agora foi ocupado por uma excelente loja de doces. A casa está sempre cheia e dois novos empregados foram contratados. Cliente é o que não falta.

-- Bom dia Seu Merodaque. Parou de ler? – perguntou Ilana.

-- Aqui na loja, com o movimento que você está vendo, é impraticável. Como já estava habituado, passei a ler em casa. Minha esposa Lia, sempre cultivou o hábito da leitura. Está achando uma delícia a gente ler juntos. Ela disse que eu poderia mudar de ramo sem sentir. Essa loja de doce é sugestão dela e de duas abelhas.

-- "Tadinho" do senhor. Deu pra ouvir abelhas.

-- Ilana. Hoje você chegou muito cedo. Amanhã estarei lhe apresentando minhas amigas invertebradas.

O mesmo espaço da antiga vitrine de flores, foi transformado no maior sucesso de seu Merodaque. Decidiu recomeçar com uma simpática loja de doces.

Se o lojista é proprietário de um imóvel ou pagou luvas pelo ponto onde desenvolve sua atividade, deverá estar disposto a fazer constantes avaliações para dar ou não continuidade ao negócio. Eu já trabalhei em uma multinacional que fechou 25 das 33 unidades fabris espalhada pelo mundo. As mais de 200 filiais se fizeram substituir por menos de 20. Estudos de viabilidade são feitos e os prazos para alcançar metas são criteriosamente analisados. Muitos produtos foram descontinuados, para dar lugar a outros completamente fora da área de atuação da companhia. Hoje, a “multi”, fatura e lucra mais do que quando dispunha de uma estrutura imensa.

Quando o posto de combustível agregou ao seu negócio, a loja de conveniência, somente os donos e os marketeiros acreditavam na esperança de bons resultados. Agora é fato. Acho até difícil, alguém abastecer o carro sem parar para beliscar e lembrar enquanto isso, que precisa fazer alguns serviços na fubica flex, deixando mais alguns trocados no bolso do dono do negócio.

O novo negócio parece um carro, que fez uma boa revisão para viagem. Até os pneus estão novinhos, dando mais aderência à estrada dando um prazer de dirigir. A limpeza feita no veículo permite ao usuário sentir um doce cheiro de flores em seu interior.

A empresa mudou de atividade mas o "modus faciendi" (maneira de agir) continua tendo a assinatura do florista.

-- Ilana! Ilana! Veja aquelas duas abelhas perto da goiabada. Estão comigo desde o tempo das flores. São as amigas que lhe falei outro dia. – disse entusiasmado seu Merodaque. E, foi em frente:

-- Um dia, quando ainda era florista, duas abelhas chegaram tão perto do meu ouvido, que escutei um trecho da conversa delas:

-- Abê-um. Se as "pesselhas" (pessoas abelhas) perguntarem o que você tem feito, qual é a sua resposta?

-- Ih! Abê-dois. Eu simplesmente repondo:
Continuo mexendo com pólen e dele extraindo Doce de Flores.




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Escrito por:
Gilberto Landim

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